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quarta-feira, 19 novembro 2025

História da pequena Helena simboliza a força das famílias e das equipes no cuidado aos prematuros em Americana

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Nascimento antes das 37 semanas de gestação é uma das principais causas de mortalidade infantil no país

A trajetória da bebê Helena, que passou quase quatro meses internada na UTI Neonatal do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, mostra o quanto o cuidado especializado e o acolhimento das equipes podem transformar histórias de luta em vitórias.

O nascimento antes das 37 semanas de gestação é uma das principais causas de mortalidade infantil no país e tem crescido nos últimos anos. De acordo com a ONG Prematuridade.com, com base em dados do DataSUS, o índice de partos prematuros no Brasil subiu de 10,95%, em 2017, para 11,57%, em 2021. No estado de São Paulo, dados preliminares da Secretaria de Saúde apontam que, em 2025, 42.849 dos 354.326 nascimentos foram prematuros, o que representa mais de 12% do total, taxa superior à média mundial estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10%.

O impacto também se reflete no sistema público de saúde. Um levantamento da Planisa, consultoria especializada em custo hospitalar, mostra que o SUS destinou cerca de R$ 13,5 bilhões, em 2024, para internações de recém-nascidos prematuros em UTIs neonatais, considerando uma média de 14 dias de internação e custo diário de R$ 2.652 por bebê.

Entre essas histórias está a da pequena Helena, filha de Rafaela e Daniel, que nasceu antes do tempo e enfrentou desafios comuns da prematuridade, como o uso de ventilação mecânica e o ganho gradual de peso.

“Foi um momento de muito medo e ansiedade. Começamos a contar cada dia com ela na barriga, porque sabíamos que cada um seria importante”, lembra Rafaela. O marido, Daniel, conta que o nascimento trouxe um misto de emoções. “Foi assustador ver ela tão pequenininha, mas ao mesmo tempo emocionante”, comenta.

Após o parto, Helena foi levada para a UTI Neonatal. “A separação é difícil, é tudo muito diferente do que a gente idealiza na gestação. Mas minha força vinha da fé, do apoio do meu marido e de ver a força dela lutando pela vida”, diz Rafaela. O casal criou laços com a equipe que acompanhou o desenvolvimento da bebê. “Eles sempre serão lembrados como parte da história da Helena, profissionais que não mediram esforços para mantê-la bem”, afirma.

A melhora veio aos poucos, e a alta hospitalar se transformou em um momento de celebração. “Foi um dia muito esperado. Saímos com a nossa filha nos braços e uma festa linda organizada pela equipe”, conta Rafaela. “Passa um filme na cabeça dos quase quatro meses dedicados no hospital. É o começo de uma nova história”, completa Daniel, que deixa um recado para outros pais: “Não se culpem, se apeguem à fé e estejam o máximo possível presentes, conversando e tendo contato com seus filhos”.

A prematuridade é caracterizada pelo nascimento antes de 37 semanas completas de gestação e pode ser classificada em prematuro extremo (menos de 28 semanas), prematuro moderado (entre 28 e 33 semanas) e prematuro limítrofe (entre 34 e 36 semanas).

“Histórias como a da Helena nos lembram da importância de investir continuamente em equipes preparadas, estruturas adequadas e políticas públicas que garantam um início de vida mais seguro para nossos bebês. A prematuridade é um desafio que mobiliza toda a rede de saúde, e ver uma criança superar esse período tão delicado é a prova de que o cuidado especializado transforma realidades. Nosso compromisso é ampliar cada vez mais esse suporte, acolhendo famílias e fortalecendo a qualidade da atenção materno-infantil em Americana”, ressalta o secretário municipal de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

Segundo a coordenadora do eixo materno-infantil do HM, Sarah Guimarães, o quadro pode acontecer por diferentes razões, que variam conforme cada gestação. “Diversos fatores podem contribuir para o parto prematuro, como doenças maternas, gestações múltiplas, idade materna muito jovem ou avançada, além de condições uterinas e histórico obstétrico. Em muitos casos, não há uma causa única identificável”, explica.

A especialista reforça que a atenção à saúde da mulher e o acompanhamento pré-natal são fundamentais para reduzir o risco. “O pré-natal adequado permite identificar precocemente alterações que podem levar a um parto antecipado e, assim, agir com medidas preventivas e de suporte. Quanto mais cedo o bebê nasce, maior é a necessidade de cuidados especializados para garantir seu desenvolvimento saudável”, destaca Sarah.

O diretor geral do Hospital Municipal, Ruy Santos, ressalta que histórias como a de Helena representam o compromisso da instituição com a excelência no cuidado neonatal. “Cada bebê prematuro que recebe alta é uma vitória compartilhada entre família e equipe. No caso da Helena, vimos de perto o poder da dedicação e da competência dos profissionais que atuam diariamente para oferecer o melhor suporte a esses pequenos guerreiros e às suas famílias. Esse é o propósito do nosso trabalho”, pontua.

Ações do Novembro Roxo
Para marcar o Novembro Roxo, campanha mundial de conscientização sobre a prematuridade, o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi promove uma série de ações voltadas à equipe e às famílias. No dia 6, foi realizada uma palestra sobre os desafios da nutrição do prematuro, ministrada pela nutricionista da MSL da Nestlé com especialização internacional em nutrição pediátrica e materno-infantil.

Nesta segunda-feira (17), no Jardim Terapêutico, foi realizado o Encontro de Prematuros, com roda de conversa, depoimentos da equipe assistencial e participação de pais e crianças que viveram essa experiência. Até a próxima sexta-feira (21), a UTI Neonatal e a Maternidade recebem as Dinâmicas da Prematuridade, com integração, aprendizado e reconhecimento da equipe multidisciplinar, além de sorteios de brindes.

“A conscientização sobre a prematuridade é essencial para fortalecer políticas públicas, orientar famílias e valorizar os profissionais que atuam nesse cuidado tão delicado. Cada bebê que vence esse início de vida desafiador representa o resultado de uma rede de atenção e acolhimento que precisa ser ampliada e reconhecida”, conclui a presidente do Grupo Chavantes, Dra. Letícia Bellotto Turim.

O Hospital Municipal é administrado pelo Grupo Chavantes, em gestão compartilhada com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Americana.

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